quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ele tinha o sorriso mais encantador de todos, mas isso não era o que o tornava “ele”. E sim, a forma que ele segurava a mão de sua amada, a forma que ele tirava a mecha de cabelo que insistia em cair no rosto dela, a forma que ele a abraçava todos os dias, a forma que ele a olhava; sabendo que tinha encontrado todo o seu universo em um único ser; mas o que o tornava mais “ele”, era o fato dele ter perdido tudo o que amava, tudo o que lhe dava motivação para sorrir e ainda assim continuara a sorrir; apenas para tentar se convencer de que tudo estava bem, e se não estivesse, logo estaria. Apesar das lágrimas que derrama enquanto fuma todos os dias, ele continuar a viver, achando que perdeu tudo o que lhe fazia feliz… Mal sabe ele que na janela ao lado, há uma mulher passando pelo mesmo. E mal sabem eles que foram feitos um para o outro. Tão idênticos quanto a fumaça do cigarro de segunda que dançam uma triste melodia em seus pulmões. Pouco sabem o quanto lhe espera na próxima vez em que pegarem o elevador para iludir o mundo com aquele lindo sorriso que eles sabem encenar… Beatriz Coelho.

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